Ao comparecer àquele velório para apresentar solidariedade pelo falecimento da irmã de nossa amiga comum, nós, três amigos, ficamos próximos e permanecemos silenciosos, aguardando a saída do cortejo conduzindo o caixão ao seu túmulo.
Terminada a cerimônia do enterro, caminhamos lentamente pelas ruas, visualizando aquela paisagem de uma necrópole moderna onde não existem mausoléus ou capelas mas gramado, flores e campas rasas, com pequenas placas indicativas dos nomes daqueles que encontraram ali a última morada para seus despojos.
Neste clima de serenidade, ainda sob o impacto dos momentos que vivêramos encontrei, em um banco daquele jardim, o nome e as datas de nascimento e falecimento de um antigo amigo, que não sabia que havia partido.
Aquele banco, representando uma lápide e na constatação daquele acontecimento, comentamos o fato, a surpresa, a sensação de perda, a impossibilidade de uma despedida, ou uma visita de cortesia levando o conforto da amizade.
Finalmente chegamos à saída e tomamos destino de nossas casas. Sozinho, a caminho, filosofei como consolo que a lápide representa a fronteira intransponível entre a presença e a saudade do ser querido.
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