Ao
guichê da flor da idade, o calendário me chamou.
Uma
passagem do tempo, de graça me entregou.
Como
passageiro da vida, comigo ele embarcou.
Quatro
estações do ano e o trenzinho não parou.
Meu
conto de segurança era ela ao meu lado,
mas
rasgaram-lhe a passagem alegando número errado.
Levaram
ela pra frente e para trás fui jogado.
No
bagageiro do amor acabei sendo roubado.
No
trecho 365, também me acidentei,
e
no toalete a bordo, cabisbaixo me espelhei.
Rugas
e cabelos brancos, eis o que avistei
e,
pelas portas de emergência, fuga inútil tentei.
Minha
mãe me deu a chave do meu trenzinho da vida
logo
após meu nascimento.
Acionei
a partida...
Chegado
ao final da linha, creio ter a missão
cumprida.
Peço
a Deus não ser pingente no apito da despedida.
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