Às vezes errando a gente acerta- Alceu Bigato



A pista dançava em minha frente.
Quase inconsciente, os freios procurei.
Tomava somente uns aperitivos,
Sem haver motivos, me embriaguei.
Troquei o asfalto pelo acostamento
Abri o quebra-vento e os vidros fechei.
Parei frente a frente com o barranco
Me ajeitei no banco e desmaiei.

Acordei cheirando agro-pecuária
Pois naquela área onde eu estava
Ricas pastagens em ambos os lados.
Melhor raça em gado se deliciava
Ao me espreguiçar avistei a dona
Linda amazona ali cavalgava
Como era praxe o criterioso exame
A cerca de arame ela observava.

Ao se aproximar em minha direção
O seu alazão numa relinchada
Querendo dizer-lhe perceba também
Que existe alguém desmaiado na estrada
Tinha melhorado da bebedeira
Vi que a fazendeira era uma parada
Ao invés de gestos típicos de alarme
Me enchi de charme, fingi não ver nada.

Ela saltou sobre a cerca, deslizou pro asfalto.
Olhando do alto o alazão ficou
Discretamente destravei a porta
Ela olhou em volta; em meu carro entrou.
Eu não reagia, ficou quase louca.
O boca a boca me recuperou
E o beijo verdadeiro entrou em ação
Com tanta emoção que o alazão relinchou.













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