Aquela mulher- Aline de Oliveira Cláudio


                E lá está você, em frente à multidão. Todos o olham. “Não posso respirar!”. Mal consegue engolir sua própria saliva. Mas então, dentre aqueles rostos, alguns conhecidos, outros totalmente novos, encontra o rosto sorridente daquela mulher. Tudo fica bem. Todas as vezes que a olha, ela está com um sorriso enorme e você sente paz. “Tudo vai ficar bem, meu amor!” “Mas e se eu me esquecer de algo? Será um desastre!” “Então respire fundo e olhe para mim. Tudo ficará bem, eu te prometo”. Neste momento tem a certeza de que o céu é o limite porque ela está ali, o apoiando.                
                Você tem a melhor e mais incrível mulher ao seu lado e ela o ama, incondicionalmente. Ainda não tem ideia do motivo, porque acha que não tem nenhuma grande habilidade e ela é simplesmente incrível em tudo o que faz. “Ai não. Estou tonto novamente!” Sente que está cambaleando. “Não, eu consigo fazer isso! Sei que consigo!”. 
                Diversas vezes discutiram por pequenas coisas e sabe que deixou seu coração em pedaços com palavras, mas ela está ali, sentada na primeira fila e tem o maior sorriso de todos.
                Você ama essa mulher e sabe que nenhum de seus amigos a substituiria. Tem certeza de que é sua única e verdadeira amiga, pois sempre se solidarizou com você nos momentos difíceis pelos quais passou, esteve presente em todos eles e se os superou, sabe que foi por ela.
                Todos o estão olhando e prestando atenção.
                Várias  vezes, na  vida, sentiu que não tinha ideia do que estava fazendo, mas não dessa vez. Sabe exatamente o que deve ser feito. Sente o mundo em suas mãos. Felicidade é pouco para tentar expressar em palavras o que está sentindo. Olha-a querendo agradecê-la, mas não precisa. Ela sabe o que quer dizer, lê seus pensamentos. Na verdade, tem quase certeza de que ela sente o que está sentindo antes de você mesmo.
                Então ela lhe dá uma piscadela “Você está indo muito bem! Eu te amo!” Ah, música para seus ouvidos. Então, escuta alguém com o momento decisivo. “Última palavra: ‘ósculo’”. Você não acredita e começa a rir. Aquela palavra! Aquela que ela sempre lhe diz ao deixá-lo na porta da escola “Um grande ósculo, meu filho!”.
                Você explica o significado a todos e a soletra perfeitamente. Seu oponente, que está UM ponto atrás de você, vibra de raiva e você, de felicidade.
                Ela, sentada na cadeira, não se aguenta e explode em palmas e beijos. E nesse momento você tem a certeza de que o Pai Celestial não poderia ter lhe  enviado alguém melhor, sua mãe!




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