ARL-Academia Ribeirãopretana de Letras
Cecília, você
existe
como a lua que
hoje eu vi.
Já que a lua
está tão triste
vamos luar por
aí.
Li seus
versos, seus poemas
e em todos
eles senti
que, na
escolha de seus temas,
sofreu você...
e eu sofri
Mas se o
mundo, a natureza,
os rios, o mar
e a flor,
tudo, enfim, é
só beleza,
encantamento e
amor,
Por que você
tanto insiste
em toda a sua
poesia,
em ver sempre
o lado triste,
só cantar
melancolia?
Mas que vida
amargurada...
existe amargor
assim?
Se existe,
pobre coitada!
Coitado, pobre
de mim!
Responda-me,
então, Cecília,
de que é feita
a sua vida?
De tristeza?
De alegria?...
E ela, com voz
comovida:
“Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre, nem sou triste:
sou poeta”.
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