“ Saudade tem rosto, nome e sobrenome. Saudade tem cheiro, tem gosto. Saudade é a vontade que não passa. É a ausência que incomoda. Saudade é a prova de que tudo valeu à pena!”
Antônio De Pádua Barbosa – Antônio Do Vico, irmão querido, tudo em sua vida aconteceu demasiadamente cedo! Seu casamento, seus seis filhos, sua separação, sua enfermidade, seu sofrimento e a inexorabilidade de sua “Partida“.
Homem simples, afável, extremamente generoso, dedicado ao trabalho e à família, idealista e, sobretudo, amigo de todos em todas as horas. Sempre pronto a ajudar. Era um homem diferenciado, um ser humano especial.
Foi em agosto, dia 24 do ano 2000 (dois mil) numa quinta feira, em sua casa à rua Moraes Carvalho 288, na cidade de Resplendor, MG- que você ANTÔNIO, o “guerreiro imbatível”, depois de muitas lutas e muitas vitórias; depois de um longo e impiedoso sofrimento, cerrou os olhos no sono eterno, “encantado” no silêncio.
Hoje, 24 de agosto de 2014, faz exatamente 14 (catorze) anos que vivemos privados de sua presença, radiante, luminosa... da sua voz, do seu cheiro, da sua imagem amada! Sessenta e sete anos é um tempo excessivamente curto para uma vida preciosa e cheia de sonhos ser interrompida implacavelmente!...
A saudade cresce e dilacera o peito, cresce o desejo infindo de abraçá-lo, de sentir seu cheiro, seu calor amigo; de ouvir sua voz e poder falar ao seu ouvido: Eu amo você!...
Diante do irreversível, resta-me orar e agradecer a DEUS o privilégio de tê-lo como irmão. Obrigada, ANTÔNIO por você existir, mesmo “encantado” como diria Guimarães Rosa. Motivos alheios à minha vontade não me permitem estar hoje em Resplendor e reverenciá-lo em seu abrigo terreno, como é meu desejo, faço-o de nossa morada em Ribeirão Preto, com amor e extrema saudade!...
Na tentativa de aliviar meu coração e aquietar minha alma peço-lhe perdão, meu irmão, pelas faltas cometidas, pelas omissões, e pelos erros involuntários. Perdão por não ter convivido mais com você no decorrer dos sessenta e sete anos de sua peregrinação nessa vida terrena!
Em homenagem a você, tomo emprestados alguns versos do grande poeta Olavo Bilac para lhe falar da minha infinda SAUDADE..,
“Dorme em paz que o seu labor é findo”!
Dorme irmão querido! Você viverá nos caminhos percorridos!
“Teu nome rolará no largo choro triste.”
Da água do Rio Doce... Dorme guerreiro!
“Viverás quando feito em seiva o sangue, aos ares subires, e nutrindo uma árvore,cantares numa ramada verde entre um ninho e uma flor!”
Você viverá no canto dos pássaros, que você cuidou com tanto amor durante toda a sua vida. Pássaros que alegraram seu coração e iluminaram sua caminhada!...Dorme irmão amado!
“Germinarão as sagradas sementes”
“Das gotas de suor das lágrimas ardentes!”
E um dia, arborizada e florida a terra em que você se deita, você cantará na música longa dos ventos! Cantará na voz dos sinos da igreja, no apito das locomotivas que, diariamente, cruzam a cidade, transportando minério. Cantará nos campos de Futebol, nos quais defendeu com honra e bravura O Nacional Esporte Clube de Resplendor, time eleito do seu coração! Campeões em 1957.
Nas pescarias pelo RIO DOCE...que atravessa a cidade dividindo-a em Sul e Norte. No mugir do gado, companheiro de pelejas!...e nos galopes dos cavalos que você cavalgou por inúmeras estradas...
Dorme meu irmão, o sono “encantado”.
“No maternal regaço da terra, sob paz estrelada do espaço.” Você, ANTÔNIO DE PÁDUA BARBOSA – ANTÔNIO DO VICO – agora “encantado” numa estrela brilhante, como as estrelas do poeta russo Vladimir Maiakóviski , vela por todos nós que o amamos e por sua terra natal: RESPLENDOR/MG. Terra que você amou sem limites, eleita pelo seu coração, sadio ou já doente; que assistiu ao seu nascimento e foi palco de sua trajetória de vida, de todas as suas lutas, de todas as suas glórias; terra que testemunhou seu sofrimento, abrigou seus sonhos e agora abriga seu corpo inerte.
Dorme irmão querido! Você viverá em todas as ruas por onde andou, desde o berço até a sua última morada...
“Você foi como o sol uma fonte de vida!”
No silêncio sufocante de sua ausência e do cheiro da saudade, entrego meu pesar a CRISTO JESUS confiante de que D´Ele virá o alivio. No “grande encontro eterno” nos abraçaremos, junto aos nossos pais, irmãos e a todos os familiares queridos, que, em silêncio profundo, já habitam a Morada Celeste.
Nosso irmão, ator e poeta Alvim Barbosa, que ficou” encantado” em primeiro de junho de 2007, perguntou-nos em seu livro de poesias O TEMPO NA PONTE de 2002: “O SILÊNCIO DAS VOZES SERÁ A MESMA COISA QUE AS VOZES DO SILÊNCIO?”
Meu coração e minha alma anseiam pela resposta. Será esta?
“Somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos só de passagem. O nosso objetivo é observar, crescer e amar...E depois voltamos para casa”. Provérbio Aborígen
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