Guilherme Mapeli Venturi


Amor Estelar

Estrela, tão formosa e cintilante,
iluminaste toda minha galáxia.
Aproximei-me de ti, aos poucos
copiei-lhe o brilho para iluminar-me a ti.
Intensificas-te minha opacidade,
brilhamo-nos a nós mesmos, entrelaçadamente.
Descarregaram-se os átomos, apagou-se a luz,
sinto o salgado gosto em gotículas
a penetrar-me a dor do remorso.
Deveria tê-la lustrado, mas não a lustrei!
Cegou tanto e tamanho estrelar.
Partiste em busca de novas constelações e
somente teu ígneo rastro deixas-te,
peço-o que leve-me a ti
ou traga-te a mim.
Tornaste-me aurora aspirando a arco-íris.

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Casulos da Vida


Frágil casulo em gestação
metamorfoseando-se em evolução,
proteção do ir e vir, livremente.
Voar, pousar, voltar.
Resistente casulo imutável
morada e proteção de sensível Ser,
exímio nadador das águas e areias.
Nadar, respirar, voltar.
Delicado casulo em névoa
ventre do ventre de sua mãe:
ave vivendo para morrer,
deixando nova vida a eclodir.
Botar, morrer, nascer, morrer.
Casulos animais.
Corpo, epiderme,
casulos do pensar e sentir?
Frios, quentes, fortes, fracos...
Casulos humanos?
Animais vivem sem pensar,
humanos não pensam e vivem sem viver.
Casulos desumanizados,
humanizados casulos.





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