Estranha essa
tal insônia:
Invade a
noite, sorrateira, e sem avisar interrompe os sonhos, a tranqüilidade. Sem
cerimônia, rouba o sono e leva-o para longe, onde a vontade não possa alcançar!
Em muitas
noites acontece assim comigo:
Sem mais nem
menos meus olhos se abrem, meu sono escapa pelo escuro do quarto, sai pelas
frestas da janela e some pelo ar da madrugada.
Então meu
corpo se agita, quer levantar da cama e preciso andar na noite quando a casa
ainda dorme, silenciosa. Sem acender as luzes, desço as escadas e chego à sala.
Pelo caminho
sempre tropeço na gatinha NINA, que contente com minha falta de sono, vem me
encontrar. Abro a porta de vidro e saio pela varanda.
O ar da
madrugada bate em meu rosto, faz meu corpo arrepiar pela friagem da noite .
Admiro o céu estrelado, tão mágico!
O luar
ilumina as sombras do jardim, formando desenhos estranhos , meio
aterrorizantes.
Quando
retorno para meu quarto, para minha cama, tento novamente dormir, mas
pensamentos não deixam o sono voltar. Ficam
ali martelando, povoando a noite como fantasmas, impedindo que os sonhos
cheguem novamente .
Então me
entrego a eles, e fico a mercê da insônia, que mistura passado, presente e
futuro. Deixo meus pensamentos viajarem no tempo, no espaço, pela vida, pelos
projetos. Então sonho acordada.
Viajo pelos
lugares que gostaria de ir, pelos lugares que fui, viajo pelas palavras, pelos
versos de uma nova poesia...
Me rendo à
falta de sono, vou para meu computador, coloco uma música e deixo que a
inspiração chegue, que as palavras rimem num novo poema.
E quando o
dia começa clarear, a cidade inicia sua rotina, os primeiro pássaros começam
seus trinados...um carro buzina ao longe, um portão se abre...
Leio meu
poema feito na madrugada. Releio, mudo um ponto, uma vírgula e quando gosto
muito digo “YES”.
Então, a
insônia se retira, mansa, satisfeita, e finalmente deixa que o sono entre
e me vença.
Desligo tudo
e por fim, quando o dia amanhece, consigo finalmente, dormir!
Ji-Parana,RO
3:49
Dezembro 2012
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