Se esgueirando sorrateira surge a noite
Que foi liberta por um régulo instruído
Livrou-a dos grilhões da luz e seu açoite
Fez da penumbra seu caminho conhecido!
Em seu seio a noite porta seu mistério
Que leguleio algum jamais pode esquadrinhar
Pois a ausência da luz faz seu império
Dando ao incauto a assombração do amarfanhar!
As horas são impassíveis e morosas
Só assistidas pelo espaço em sua grandeza
Cujas estrelas nas alturas, esplendorosas
Dão à noite mais vigor e mais destreza!
Bem ao meio quando, se cruzam os ponteiros
Apontando para o infinito em seu ápice
Se desloca os mais sórdidos romeiros
Sorvendo vinho mas tendo o sangue no cálice!
A madrugada é um espanto intempestivo
Em que à matroca se apodera de cuidados
Pois a luz que vem surgindo dá o aviso
Que seu reino é mais um dia iluminado!
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