São
tantas as cores sob o céu,
são
tantas as flores sobre o chão,
primavera
acorda e alegra,
céu
azul muito aberto, coisa linda esta estação.
Chão
de um colorido coberto
e
pessoas tão longe e tão perto.
O
verão é parecido no outro lado do mundo,
o
verde escurece, a vida clareia,
ninguém
anda mais de cara feia.
O sol
vai tudo amarelando e os casacos arrebentando.
Os
olhos brilham em um país onde de sorvete está coberto
e o
meu povo tão longe e tão perto.
O
outono é imponente,
príncipe
do outubro dourado coroado de cobalto.
As
folhas crocantes se espalham,
o
degradê pinta a tela,
as
árvores, florestas, desnudam-se aos poucos,
as
cores se transformam.
Mais
uma vez o chão de colorido está coberto
e meu
sangue tão longe e tão perto.
O
inverno aponta a cara,
de um
humano só se vê o nariz,
às
vezes, cinza, às vezes, branco.
Neve
de mãos dadas com sol, um encanto.
O
corpo dentro de um gordo casaco,
aquecido
e todo coberto
e o
calor que sinto de tão longe, tão perto.
Aqui
vai um pacotinho, pega, pega as estações,
um
presente desta terra que muitas vezes recebi.
Abra
de olhos fechados e sonha com a beleza,
as
estações, quatro e sempre, milagre da
natureza.
Tudo,
mas tudo de um milagre coberto.
Elas
no sol do Brasil, tão longe e tão perto.
Meus
amores as conhecem, uma a uma estação,
quando
cruzaram a reta em um jato de avião.
Tão
perto e tão perto, como é bom sentir a mão.
Avião,
avião! Obrigada a esta danada invenção.
Mas
quando a mão se vai, distância não existe,
avião
voa e não leva algo que apenas sentimento permite
corações
muito ligados e de um grande amor
coberto
Separadas
por dois mundos, estamos tão longe e tão perto.
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