Quatro estações longe e perto- Paula M. N. Stefani



São tantas as cores sob o céu,
são tantas as flores sobre o chão,
primavera acorda e alegra,
céu azul muito aberto, coisa linda esta estação.
Chão de um colorido coberto
e pessoas tão longe e tão perto.

O verão é parecido no outro lado do mundo,
o verde escurece, a vida clareia,
ninguém anda mais de cara feia.
O sol vai tudo amarelando e os casacos arrebentando.
Os olhos brilham em um país onde de sorvete está coberto
e o meu povo tão longe e tão perto.

O outono é imponente,
príncipe do outubro dourado coroado de cobalto.
As folhas crocantes se espalham,
o degradê pinta a tela,
as árvores, florestas,  desnudam-se  aos poucos,
as cores se transformam.
Mais uma vez o chão de colorido está coberto
e meu sangue tão longe e tão perto.

O inverno aponta a cara,
de um humano só se vê o nariz,
às vezes, cinza, às vezes, branco.
Neve de mãos dadas com sol, um encanto.
O corpo dentro de um gordo casaco,
aquecido e todo coberto
e o calor que sinto de tão longe, tão perto.

Aqui vai um pacotinho, pega, pega as estações,
um presente desta terra que muitas vezes recebi.
Abra de olhos fechados e sonha com a beleza,
as estações,  quatro e sempre, milagre da natureza.
Tudo, mas tudo de um milagre coberto.
Elas no sol do Brasil, tão longe e tão perto.

Meus amores as conhecem, uma a uma estação,
quando cruzaram a reta  em um jato de avião.
Tão perto e tão perto, como é bom sentir a mão.
Avião, avião! Obrigada a esta danada invenção.
Mas quando a mão se vai, distância não existe,
avião voa e não leva algo que apenas sentimento permite
corações muito  ligados e de um grande amor coberto
Separadas por dois mundos, estamos tão longe e tão perto.







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