..."E Otelo já tinha o dinheiro reservado para quando chegasse a ocasião do acerto final que se deu sem quaisquer questionamentos por parte do pedreiro. Otelo lhe mostrou todos os seus adiantamentos, que os apontara o filho Horácio, e em face do saldo que remanescera, Levino deu-o por bom e valioso e meteu, com manifesta gratidão, as cédulas nos bolsos.
Depois de receber as verbas rescisórias ou restantes, conforme queira entendê-las o leitor Levino, sem que as conferisse e com um braço tomado a meio pela bruaca e o outro pelo violão, deixou aleatoriamente, que os seus olhos pensativos mirassem,
desalentadamente, a estradinha deserta que parecia conduzi-lo ao exílio. E agora? Tomaria a direção da direita? Da esquerda? Na verdade, não estaria numa dessas opções o seu erro ou o seu acerto. Nenhuma delas o faria retornar a um lugar onde o afago de uma senhorinha terna e o carinho doce de algumas alminhas inocentes aguardassem, com ansiedade, a sua volta.
Nenhuma direção obraria em prol de si. Parecia não haver auroras para os seus amanhãs.
Que pena! Que dificuldade de se doar! Um homem a ser refeito, murmurou com tristeza, Otelo".
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