Tragédia Humana: Recriações no casamento- Luzia Madalena Granato



Ato I – A ESCOLHA INCONSCIENTE,PAIXÃO   CEGA E ARDENTE
    Um dia começou a lua de mel, mascarada com o Fel.
    O palco estava armado. Em cena o amado contracenando com a amada, uma tragédia, recriações infantis...
    Ai veio o ciúme-exagero em nome do amor, agressões por insatisfações e pelo desejo não ser satisfeito na hora. Um esperava muito do outro...
    Então quando a amada viu seu destino, pediu para a cena acabar, mas como toda tragédia tem seu meio e seu fim... Da então amada, o amado estava afastado, lágrimas e vontade de ir embora... Do amado só sentia seu silêncio que até incomodava.
    Quando cerraram-se as cortinas, na plateia, além de todos, estavam os filhos...

ATO II – CONTINUAR POR ESCOLHA DESTRUTIVA, QUE IMPLICA EM DOENÇA, OU MUDAR, CRESCER, SOMAR, AMAR?
    Então quando a amada viu seu destino, pediu para a cena acabar, mas como toda tragédia tem seu meio e seu fim...         Da então amada, o amado estava afastado, lágrimas e vontade de ir embora... Do amado só sentia seu silêncio que até incomodava. Quando cerraram-se as cortinas, na plateia, além de todos, estavam os filhos...
    No palco o amado e a amada, olhando-se nos olhos, sentiam muito rancor, dor, ressentimento. Amor próprio ferido, falta de cumplicidade... A amada, que não sentia-se mais amada, até que enfim abriu olhos vendo o choro constante do amado que também sentia-se lesado, pedindo mais uma chance...
    O casal sem hipocrisia agora neste ato, ainda estava adormecido, como que anestesiado. Não conseguiam ir embora, porque a separação implica em ter coragem!
    No outro dia... Aí veio uma rosa, um soneto de separação, um perdão, uma poesia... Davam-se a chance mais uma vez, porque no fundo ainda existia esperança.

ATO III – CONVERSAR, DIALOGAR, A ESCOLHA AINDA ERA DELES, ATORES/ PACIENTES, HÁ A PLATÉIA A AJUDAR.
    O ato é de espera! Que ironia, será que ainda queriam? Precisavam abdicar de certos sentimentos e agora praticar o amor jurado... Então aconteceram as carícias, delícias, que em outros dias eram ausência, medo, solidão... Agora teriam que decidir, será a derradeira separação? Não conseguiam um final, depois de suspiros de todos, um silencio longo, juravam um ao outro não fingir mais não.
    Cerram-se as cortinas! E a plateia pede, morte aos que sofrem! Os atores voltaram ao palco por causa dos aplausos e dos gritos. Agradeceram... Na plateia não estavam mais os filhos.

    O amado e a amada sentiam-se mais saudáveis, mas ainda questionavam: separar ou não? Amor verdadeiro agora ou recriações ainda? Pediram que a plateia decidisse o final ou a continuação. Casamento sem aparências... Alguém ainda gritou: coragem, riam, dancem, pode ser uma comédia! Mas o amado e a amada sabiam que tanto na encenação como na vida real, a vida é uma só! Decidiram: as recriações só no palco, na vida real queriam ser amados sem recriações.



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