À espera...
Que teu corpo anseie,
Teu ventre queime de amor!
E te ofereças,
Sem nenhum pudor...
Ah...e que tenhas saudade!
Não te aquietes
Sem a minha carne...
Não escondas tua umidade!
Que tua boca implore
E peça versos desbocados...
E suja,
Me conte os teus pecados!
E não aguentes mais essa fome,
Esse bem que te atormenta...
E bem louca,
Gemas o meu nome...
Mas que estejas assim:
À minha espera...
E nua,
Tenhas pressa de mim!
***
Brinde
Hei de beber-te nesta noite!
O vinho doce que tua mão
Oferta...
O gosto da tua boca impura,
Hei de beber o teu sal,
E cada uma das tuas
Palavras quentes...
Vou brindar ao teu pecado,
À tua ousadia,
Ao prazer que me ofereces...
Hei de beber da tua taça!
Sorver o mel do teu corpo,
Embriagar-me da tua voz,
Sentir nos lábios teu sabor...
Hei de te amar sedento,
De vinho
E do teu amor!
***
Fim de noite
Que seja então assim o fim
Da nossa noite...
O vinho embriagando
Nosso vício...
As tuas roupas desleixadas
Sem juízo...
O escuro só a encobrir
Nossos pecados...
Que seja assim, então
A nossa noite...
Uma loucura começando,
Da nossa orgia apenas o inicio...
As nossas mãos desesperadas
Procurando o improviso...
Os nossos lábios, sem pedir,
Sendo beijados...
Que seja então sem fim
A nossa noite...
O teu fogo e o meu vigor
Incendiando a nossa pressa...
Os lençóis de cetim
E as nossas peles...
Uma interminável noite de amor
Que só começa...
***
Intransigência
Não gosto de mar de calmarias,
De serenos rios que correm lentos...
Marés tem que ser bravias,
E os rios, turbulentos!
Não gosto de noites serenas,
Quentes, de astros preguiçosos...
Nem de brisas amenas.
Quero ventos fortes, vigorosos,
Furacões!
E se houver chuva, que seja torrencial.
Quero água, inundações...
Um fim-do-mundo diluvial!
Não gosto de flores cor-de-rosa.
Nada menos que açucena!
Há que ser poesia, mesmo obscena,
Sem palavras doces de uma prosa!
Se houver vinho, vou me embriagar,
E na tua fome me fartar!
Não gosto do amor puro e corriqueiro...
Há de ser bruto, insano e derradeiro!
Se for amor, seja único e como o teu,
Fogo e paixão!
Errado, louco e sem perdão,
Porque igual...ninguém me deu!
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