Elisa Alderani


Últimas flores

Quando passei pela praça,
as últimas flores brancas do ipê
iam se desprendendo dos galhos
com o leve sopro do vento.
Os sinos da igreja tocavam um hino ao amor.
O dia estava terminando
oferecendo um dourado por do sol.
As flores brancas pousavam docemente
no chão sujo da calçada,
desenrolando um branco tapete perfumado
só para os poetas
pisarem docemente,
sem machucá-las!

***

Os poetas

Seres que vagam pelo mundo
espalhando sonhos.
procurando ser ou não ser...
Vivos.
Preenchem os olhos de pranto,
os corações de esperanças.
Ignoram por onde as palavras
sussurradas pelos ventos da fantasia,
pousarão as sementes.
Terra fértil, ou almas desertas.
Espaço infinito sem medir o tempo,
aguardam, persistem, insistem,
nesse mundo vazio
sem sentido.

Comentários