Olhos de malícia- Imaculada Conceição dos Santos Silva

Confesso que meus olhos se encheram de malícia
ao ver aquele corpo negro, todo nu, e suas belas curvas.
Fiquei a admirá-la e me esqueci de passá-la para minha tela.
Aquele ar de inocência era o que a atraia aos meus olhos.
Houve um momento que senti vergonha de mim por tão baixo
pensamento por aquela escrava.
Mas, como não sentir desejo se ela estava ali, diante de mim?
Tremi ao começar a pintar seus traços.
Seus cabelos carapinhos, grudados na cabeça,
seus seios arredondados...
Crescia o desejo de tocá-la.
Estava diante de mim uma deusa negra
com suas belas curvas,
com suas mãos rudes do dia-a-dia.
Queria fugir dali, de vergonha de mim.
Vergonha do meu olhar de malícia.




















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