Um Ministro das
Finanças japonesa dependurado nos seus
setenta anos, já carcomido, mas autoridade no seu país deu a seguinte
orientação aos velhos aposentados do seu país: “Tratem logo de morrer, a fim de
resolver o problema da previdência social”. A civilização atual assentada no
regime de mercado com a economia globalizada está se animalizando a sociedade.
Um jornalista
famoso escreveu em um grande jornal sobre a nefasta declaração do Ministro expondo também que o idoso deveria recusar
tratamentos médicos porque na vida ele não tinha mais utilidade. Condenou o Ministro Japones argumentando que, se o velho aposentado só
serve para perturbar a família e onerar o Estado ele próprio deveria ser o
primeiro a ser descartado. Os próprios idosos
enxergam o problema por outro raciocínio mediato. Eles trabalharam,
contribuíram para a previdência social todo o tempo produtivo a fim de
utilizarem estes recursos quando as forças laborativas esvaírem-se. Portanto, o
dinheiro investido na prevenção da velhice é deles e ao governo cabe tão
somente administrar os fundos. Concluem ainda na premissa de que enquanto
houver vida haverá esperança; portanto, o direito à vida é o mais sagrado de
todos.
Falando um velho minerim da
gema, dentre outros aspectos do seu
corpo assim se expressa numa poesia caipira:
“Vô conta cumu é triste, vê a
veíce chega
Vê us cabelus caino, vê as
vista incurtá
Vê as pernas trubicanu, cai
aqui cai aculá
Vê tudinho murchando, pronto
p’ra acabá...}
{...No tempu qui eu era
rapaiz, o sor p’ra mim briava
Tinha mir namorada, tudo di bom p’ra mim sobrava
Cum as mininas mais bunita du
arraiá eu ficava
Dia sim, otru tamém, sem
discansu continuava...}
{...Mas tudu isso sô moçu, faiz tempu, ficô
p’ra traiz
As coisas qui eu fazia, hoje
num sô capaiz
U tempu mi robô tudo, essi
marvado fugais
Falano a pura verdade, tudu
aquilo num faço mais...}
Um velho de quase
100 anos sem eira nem beira num país distante do nosso ao morrer numa Clinica
Geriátrica depois de consumir todos os rendimentos de sua aposentaria
acreditava-se que ele não tivesse mais nada de... quaisquer valores. No entanto
foi encontrado nas suas algibeiras, por surpresa, um papel amarelado e
diminuído em quatro dobras. Observando o conteúdo, constatou-se tratar de uma
poesia. Movida pela curiosidade uma enfermeira verificou tratar-se de uma peça
de muito valor literário. A sua qualidade e conteúdo impressionaram a ponto de
cópias serem feitas e postadas nas redes sociais. Esse velho, com nada para dar
ao mundo, esta sendo agora o autor deste poema
navegando em toda a Internet. Na quarta estrofe ele narra assim a um
enfermeiro:
“[...Vou lhe contar quem eu sou... como
continuo, ainda, sentado aqui,
Conforme posso
fazer ao seu comando... como comer à sua vontade.
Eu sou uma pequena
criança de dez anos... com um pai e uma mãe,
Irmãos e irmãs...
que se amam.
Uma rapaz de
dezesseis... com asas nos pés.
Sonhando que
breve... uma amante ele vai encontrar...]
Ele evolui no
tempo e no espaço como noivo, pai e avô com 30, 40, 60... anos.
E encerra:
“[... O corpo, ele
se desintegra... graça e vigor, parte.
Existem agora uma
pedra... onde uma vez eu tive um coração.
Mas dentro desta
carcaça... um jovem ainda habita,
E agora, e de
novo... meu maltratado coração incha.
Lembro as alegrias
... eu me lembro da dor.
E eu estou amando
e vivendo... a vida outra vez.
Eu lembro que os
anos, muito poucos... foram embora muito rápido.
E aceitar o fato
gritante... que nada pode durar.
Então abram seus
olhos, pessoas... abram e vejam
Não um homem
casmurro.
Olhe mais perto...
veja... A MIM.”
Estas comoventes
declarações de amor à vida fazem parte da maioria dos velhos e idosos
aposentados em nosso país. O velho Mineirinho com a sua jocosa ironia e o
letrado idoso com a sua poesia, todos retratando a via cruxis destas pessoas.
Que a população
idosa do pais está evoluindo ninguém pode negar, porém que os governos, desde a
década de 1930 com a criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões –IAPs,
que o governo vem amealhando dinheiro dos contribuintes para atividades
estranhas a Previdência Social. Dentre outras a Ferrovia do Aço, Usina de
Itaipu, Rodovia Transamazônica e muitas outras faraônicas. Se nestes Fundos de
Aposentadoria e Pensões estivessem aplicadas todas as contribuições previdenciárias
para serem revertidas aos credores (aposentados) não faltariam recursos hoje.
Portanto, os aposentados não sofreriam as penúrias que têm padecidos.
O tratamento das autoridades governamentais brasileira aos seus idosos é
o mais doloroso possível, elas que promulgam as Leis – como o Presidente do
Executivo – e jactam de guardiões da Constituição – como o Presidente do STF
foram as primeiras a desrespeitar, na realidade, os atos oficiais que
publicaram. No governo de 1999 a 2002, quando o Executivo tentou bitributar os
funcionários públicos a mídia brasileira estampou nas suas manchetes estas duas
declarações: O Presidente da República tratar seus aposentados de “VAGABUNDOS”,
e o Presidente do Supremo Tribunal Federal de “MATUSALENS CARCOMIDOS”.
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