Sombras- Luzia Carreira Piana

Naquela noite os meus olhos retratavam
um flagrante triste, cruel, desumano.
Sombras obscuras refletiam
o medo, o terror, ameaçavam vidas
com os delírios da dor.
No beco, agitação festiva!
Sombras alucinantes, no meio da poluição noturna
rolavam pelo chão, longe do real, do mundo.
A beleza e a riqueza da existência humana!
Seus sonhos...
Sua coragem de viver e de crescer esvaíram da tela da vida.
“Como o vento... que esvanece as nuvens”.
Filhos de Deus transformavam-se em fantasmas,
perdiam sua imagem, seus horizontes da vida,
no silêncio da solidão.
Revelada minha presença
um corpo trêmulo arquejava...
Abriu os olhos, hesitou, fitou-me...
Tentou sorrir!
Não consegui retratar seu sorriso



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