Doces anos sessenta, anos de
ouro, onde a música, a moda, o cinema, os shows, eram encantadores!
Dancei, ah! Como dancei! Entre
damas e cavalheiros distintos, entre melodias diversas, roupas esvoaçantes, a
mistura dos perfumes nos salões me levavam longe.
Cruzei oceanos em navios
majestosos, mergulhei por entre mares calmos e bravios.
Voei pelo mundo, conheci
lugares magníficos, aprendi línguas.
Envolvi-me com as mais
diversas culturas, no Egito conheci os mistérios que circundam as margens do
poderoso Nilo, andei no dorso dos elefantes africanos.
Orei entre as mesquitas,
toquei as gaitas escocesas, saboreei pratos europeus, me perdi entre o deserto
do Atacama, rolei nas brancas neves da Antártida.
Conheci os cangurus da
Austrália, descansei entre os tecidos mais suaves do Japão.
Amei, ah! Como amei!
Há ainda quem diga que da vida
nada conhece, estão entre as algemas de seus trabalhos, amarrados nas cordas
das desilusões e das mágoas, sem perspectivas, sem sonhos.
Eu estou envelhecendo,
continuo sempre aqui, vivi tudo o que vivi, sem ao menos poder levantar-me.
Não tenho culpa de ter nascido
com uma síndrome na qual não me permite movimentar nem o pescoço, afinal
ninguém tem culpa.
Os livros são as asas da minha
liberdade.
Continuo a sonhar, porque
sonhos não envelhecem!
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