Os
antigos moradores da cidade de Passos, no Sudoeste das Minas Gerais contavam um
fato bem daqueles de arrepiar os cabelos do s...
Era
bem assim, e eu ouvi tremendo o corpo todinho: No Colégio estadual “Professora
Júlia Kubitscheck”, que havia sido um cemitério na época em que a cidade dava
seus primeiros passos de crescimento, os muros eram bem altos em torno de-la, e
o movimento por ali parecia crescer porque os bairros mais para a parte alta da
cidade interessavam aos mais abastados. A Rua dos Brandões era uma das maiores
e corria ao longo de um desses altos muros...
Sabe
como é, né? Cemitério, histórias antigas de crimes como a matança do Fórum,
onde Coronéis foram mortos, um a um, atocaiados porque foram chamados por um
Agente Fede-ral para serem interrogados, o que não aconteceu, porque fo-ram
recebidos no segundo andar, depois das escadas, com ma-chadadas na cabeça. A
ideia era acabar com eles mesmos, dan-do cabo, de vez por todas as “mandanças e
pendengas” locais, dentre outros assuntos políticos que “corriam à boca
pequena” nos bancos das praças e pontos de táxis, também ali na praci-nha do
Rosário.
Eu
vivia ali pertinho daquele muro, arrepiei agora! Per-tinho mesmo, não dava nem
cem metros de distância de minha casa, na Rua Quarta Chapada. Eram seis
chapadas ao todo, cortando o centro leste da “Ardêia”. Ia esquecendo de dizer,
este era o apelido de minha Passos.
Voltemos
ao “causo” nada horripilante até agora. Dizi-am que, após a meia-noite aparecia
um vulto branco e grande, pairando por sobre os muros do antigo cemitério e que
ainda estaria frequentando fantasmagoricamente as noites sombrias até hoje...
Fazia os aparecimentos justo quando alguém esque-cido, ou desavisado, por ali
passasse durante as doze badaladas da Igreja da Matriz do Senhor Boas Jesus dos
Passos.
Daí
foi que em um final de semana, já na segunda, eu voltava para casa um pouco
mais cedo porque teria aula pela manhã e as energias tinham que ser renovadas,
pelo menos um pouco, das “gandaias”. “Caio na real” quando ouço a segunda
badalada do sino da matriz. E eu estava exatamente de frente do Colégio, mas
para chegar em casa tinha que virar a esquina, passar pela Brandões e seguir os
cem metros na Chapada até minha casa, são e salvo. Arrepiei todinho e acho que
corri, nem sei como, ao som das badaladas... uma atrás da outra.
Olhar
ou não olhar para trás: Olhei! Besteira minha, pois uma mulher de um tamanho
gigantesco, com um looongo vestido branco, soltando fogo pelos olhos
avermelhados, parecia crescer a cada passos que eu conseguia dar... E parecia
não sair do lugar nunca...
Acordei
horas depois e não fui à aula de ginástica do Professor Vinícius, porque seria
naquele Colégio-cemitério!!!
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Fui não, “cebesta sô”.
No
ano seguinte, minhas aulas passaram para o período noturno...
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