Fátima Vidal- Trampolim da Verdade

Eis que surge numa bela manhã de sexta-feira, uma certa dúvida,
essa que perdura cotidianamente ao meu redor.
Em minha mente martela, martela a questão
sobre umas passagens de “Camões” sobre o “Amor”
“O amor é fogo que arde
sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É dor que desatina sem doer.”
Esse fogo esse ardor, como punge nossa alma, dilacera-a,
formando aí uma ferida aberta que maltrata, aniquila
completamente.
A contentar, satisfazer, penetrar, deslumbrar...
Essa dor pungente,
que adentra perfura e ao mesmo tempo não sente,
por sentirmo-nos entregues, dependentes desse amor.
“É um andar solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente.
É cuidar que se ganha em se perder;”
É querer, querer ao extremo como se nos sentíssemos sós,
no meio da multidão.
É nunca sentir-se completo.
Como se conseguíssemos essa pessoa, mas ao mesmo tempo
a perdêssemos;
“É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.”
Estarmos presos, satisfazendo nosso ego, nosso ser.
É sentir-se dependente, sermos vencidos emocionalmente
e eternamente. É sermos até a morte fiéis, de corpo e alma.
“Mas como causar pode seu favor,
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário, a si é o mesmo amor?”
Como podemos adequar a nosso favor apenas a amizade,
sendo que prevalece um sentimento maior, total, além do calor
humano, companheirismo, amizade, onde tudo se transcende, a
um entrelaçar de sentimentos, maior do que tudo já existente,
renúncia, devotamento, energia cósmica, pureza, aconchego das
almas etéreas e eternas, amor carnal e espiritual, formando
um único “elo” absoluto, a aura do amor Celestial, global, total,
único e uníssono criação e emanação lógica e real de Deus!!!
Enfim, indiscutível.
Jamais o ser humano será capaz de descrevê-lo totalmente.
Resumidamente o amor é luz divina, incomparável e absoluto.




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