Desde
a entrada tudo me parecia tão diferente. Um diferente lindo cheio de cuidados,
de aparatos me sentia em outra época. Fui subindo a pequena escada ladeada por
trepadeiras bem verdes algumas com flores se abrindo. Tudo era pintado de azul.
Havia tempo que eu não aparecia.
Cheguei
à entrada e a porta estava bem aberta mesmo as duas partes parecia que as
plantas queriam adentrar a casa. Era um estado diferente de se sentir. Ali em
pé e sorrindo estavam os dois a minha espera. No abraço carinhoso, mas bem
apertado senti todo o carinho que me transmitiam naquela tarde. Tudo
arrumadinho duas salas grandes com móveis escuros apesar da claridade que
inundava a sala naquele dia.
Os
bibelôs expostos xícaras e bules azuis, pequenos vasos bonecas sentadas.
Tudo
tinha um significado, lembranças!
Sorriam
e transmitiam a felicidade que sentiam com minha presença. Cada uma queria
falar primeiro, Sentei-me no meio dos dois e enquanto me falavam de tudo que
haviam feito meus olhos percorriam a sala com carinho vendo cada peça e até
mesmo o tear encostadinho no canto com coisas lindas tecidas e coloridas. Os
quadros eram os mesmos e reluziam com as réstias do sol teimando em ficar
presente em nossa conversa. Chá ou Café? Nada.
Queria
mesmo era ouvi-los, mas bolachinhas estavam na mesa e então me levantei para ir
lavar as mãos.
Não
havia lavabo fui ao banheiro.
Novamente
voltei a um passado distante. Uma grande banheira e em suas beiradas os sais os
sabonetes e toalhinhas borda-das! O espelho adornado com lâmpadas torcidas e
brilhantes. Tudo cheirava muito bem até o xixi esquecido no vaso. Um imenso
vaso todo incrustado de mulheres nuas portava um grande maço de flores que
naturalmente vieram do jardim da casa. Pensei por isso que cheira bem.
Voltei
e havia um delicioso chá, milícia me disse ela além de perfumar todo o ambiente
era delicioso. Seu aniversário havia passado e fui até lá justamente para
abraçá-la, minha doce e querida amiga. Ele um grande artista como tocava bem.
As notas pareciam flutuar daquele piano. Falamos muito pusemos em dia nossas vidas
numa doce tarde cheia de sol e claridade naquela sala tão cheia de lembranças.
Até os livros tiveram vez, quando procuramos os poemas que tanto gostávamos.
O
tempo passou e nem percebemos, foi escurecendo os pássaros foram entrando
devagar se acomodando. Como era de costume. Uma tarde gloriosa como um lindo
Sarau e tão cheia de lembranças.
E
meus amigos, bem adormeceram sentadinhos no sofá um ao lado do outro, e eu?
Sai
de mansinho e bati o portão lá em baixo como de costume.
E
se fez noite!
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