“Teria Hércules sido o que
foi sem as feras e malfeitores de que ele libertou a Terra? Sem esses inimigos,
de que teriam servido seus braços musculosos, sua força e seu valor, sua
paciência invencível e todas as suas outras qualidades?”
Epictetos
Na mais recente edição da
Revista Ponto & Vírgula, a trinta e quatro, encerrei o meu artigo “Dez: o
número sagrado de Pitágoras” — no qual comentei sobre as dez edições da
Antologia Ponto & Vírgula — com as seguintes palavras:
“Enfim já chegamos ao dez
sagrado de Pitágoras...que venha a Antologia de número onze, número de forte
magnetismo e que caracteriza as pessoas idealistas, inspiradoras, inventivas,
capazes de iluminar o mundo por meio de ideias elevadas: o número de Irene”.
Digo isso porque Irene é
“uma” Hércules do momento cultural em que vivemos na Capital da Cultura.
Como sabemos, Hércules ou
Herácles é um dos mais notáveis heróis e semideuses da mitologia greco-romana
que, com um aspecto viril, foi um grande guerreiro: nossa Irene, bem longe de
ter um aspecto viril, é uma grande guerreira, porque somente uma grande guerreira
consegue, mesmo, ou apesar das dificuldades e atribulações do dia a dia, criar
algo novo no meio em que vive.
O número onze da Antologia P&V traz novos contos, novas
crônicas, novas poesias, novas fotografias, e até um cordel.
Os artistas participantes
são, mais uma vez, do mais alto nível, e abarcam uma faixa etária que vai dos
quinze anos do Toninho até as décadas de anos dos mais experientes.
Débora Ventura, com o seu
“Poema para meu amor”, representa na 11ª. Antologia, o caro e inesquecível poeta,
Antonio Ventura — agora vivendo em outra dimensão — personagem sempre presente
nas Antologias anteriores.
Por outro lado, a união
entre fotografia e texto poético, me permitiram prestar homenagem póstuma a um
jornalista — ele assinava o blog “Além dos Fatos” — que recentemente nos
deixou, aos noventa e um anos de idade, e que lançou as sementes do Panathlon
no Brasil: Henrique Nicolini.
Agora, Cérbero, o cão de
três cabeças, e cauda em forma de serpente, o Guardião do Hades que se cuide: a
Hercúlea Irene, em breve, partirá para o seu 12º. trabalho...que, garanto, não
será o último.
E então me pergunto: Seria
Irene o que é, sem os desafios, incompreensões, imprevistos, percalços? Sem
esses “inimigos”, de que teriam servido suas ideias desafiadoras, sua capacidade
de realizar e seu valor, sua paciência invencível e todas as suas outras
qualidades?
Antonio
Carlos Tórtoro
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