A construção de um olhar viajante sobre a Itália: Ciao amici!- Sergio Kodato e Sandra Valadão


A construção de um olhar viajante sobre a Itália: Ciao amici!

    Mamma Mia! Porca Miseria! Tutte le strade portano a Roma. Se todos os caminhos nos levam à Roma é para lá que nós fomos, capiche? Aprendemos que sempre existe mais que uma alternativa para se chegar aonde se deseja ou se sonha chegar. As estradas e trilhas do mundão não são todas em linha reta ou helicoidais. Existem vários traçados: sinuosos, oblíquos, perpendiculares, circulares e cada um forma um labirin-to/desafio/mistério/enigma a ser decifrado: por que viajar pelo mundo é preciso e necessário? 
    Nossa inspiração é o estribilho de Juan Manuel Serrat: Caminante no hay camino, se hace camino al andar. Em Roma, la città eterna, jogamos 3 moedas na Fontana di Trevi e revive-mos Fellini, Marcello Mastroianni e Anita Ekberg em La Dolce Vita. No Coliseu, monumento histórico e trágico do apogeu e decadência do Império Romano e da civilização ocidental, cho-ramos. 
    No Vaticano, pecaminosos que sempre fomos, presenci-amos atentamente a defesa da tesi eretiche di Francesco: Non esiste un Inferno, esiste la scomparsa delle anime peccatrici. No meio desse scandalo al popolo di Dio, tomamos o trem no sentido: Firenze. In questa città, revivemos o ético e estético Renascimento das artes, da cultura, da política e da Humanidade.
    Em Veneza, no passeio de gôndola com jantar e $erena-ta, pudemos enfim nos declarar: Amore mio, Dio, come ti amo, non è possibile, avere tra le braccia, tanta felicita. Uma pergunta que não quer calar: saudades do Brasil? Maledeto, mamma mia, porca miséria. Amiche: un bacio e un abbraccio con vino e pizza, ciao!

Imersão na cultura japonesa e no modo de viver oriental

    Começamos nossa aventura no Japão por Tóquio. É uma capital fantástica, cosmopolita e com opções ilimitadas. Oferece uma imersão em valores orientais e nos proporcionou um choque cultural nos mais diversos âmbitos. A cidade é viva noite e dia, tem ótimos pontos turísticos, excelente gastrono-mia, é simplesmente um paraíso para fazer compras. 
    Moderna, cheia de letreiros com propagandas e com mais de 37 milhões de pessoas em sua região metropolitana, Tóquio soube harmonizar seu crescimento e globalização ao tradicionalismo. Muito próximo de áreas de grande movimento, existem templos antigos e, ao lado de estações de trens complexas e cheias de gente, existem parques que funcionam como um refúgio de todo aquele burburinho urbano. 
    A cidade de Kyoto é imponente. É uma das principais atrações turísticas na Terra do Sol Nascente, famosa pela diver-sidade dos templos espalhados pela região. Fizemos uma cami-nhada no Santuário Fushimi Inari-Taisha, visitamos o Templo Nanzenji, o Aqueduto Suirokaku, a Floresta de Bam-bu de Arashiyama e encerramos nossa passagem pela cidade em grande estilo com a visão de tirar o fôlego do Pavilhão Dou-rado (Kinkakuji Temple).
    Em Nara, foi a cidade que mais exploramos a culinária, fizemos degustação de saquê e encontramos muitas opções de compras e passeios. Mas o ponto central de nosso interesse: a imagem do Grande Buda no Daibutsuden Hall, parte do complexo do Templo Todaiji, o Santuário Kasuga Taisha e o Jardim Isuien.
    Hiroshima, esta delicada cidade que exala a tragédia da bomba atômica é uma lição de resiliência. Nos sentimos tocados na visita ao Museu e Parque Memorial da Paz. Hiroshi sig-nifica aquele que adora ter harmonia e beleza em torno de si; shima significa ilha, logo, Hiroshima refere-se a Ilha Harmoniosa. Em 6 de agosto de 1945, foi a primeira ilha harmoniosa do mundo arrasada pela bomba atômica de fissão denominada Little Boy, lançada pelo governo dos USA, resultando em 250 000 mortos e feridos. 
    Vinicius de Morais representou poeticamente a tragé-dia, A Rosa de Hiroshima: Pensem nas crianças/ Mudas telepá-ticas/ Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pensem nas mu-lheres/ Rotas alteradas/ Pensem nas feridas/ Como rosas cáli-das/ Mas oh não se esqueçam/ Da rosa da rosa/ Da rosa de Hiroshima/A rosa hereditária/ A rosa radioativa/ Estúpida e inválida/ A rosa com cirrose/A antirrosa atômica/ Sem cor sem perfume/ Sem rosa sem nada.


12a. Antologia Ponto & Vírgula - Pág. 122





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