Olhos ferinos Gabriel Magalhães Borges Prata



O que há por trás desses olhos
Tão felinos?
Os olhos em constante busca
[involuntária
Que pairam defronte as almas alheias
A quem devoram a retina
- o que trazem por detrás de si?

E se o que dizem os teus olhos
For apenas imaginação?
Por que o olhar assim, emoldurado
Em fotografia
Congelado em tempo findo
Diz e silencia por demais!

Das pretensas interpretações que se fazem deles
- olhos
Só posso dizer dos teus:
Que é de tanta beleza que guardam?
Plenos de sua milimétrica perfeição
E senhores de sua insurgência colorida:
Tão seguros de suas íris lancinantes

Mas o que sussurram os meus olhos
Ao virem os seus
Em tão rápidos relances que sequer se pode dizer:
Encontro?

E no desencontro
A obviedade cega:
Que de teus olhos nada sei
A não ser da beleza ferina das cores que encerram!
















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