Deus!
Eu não estudei, nem sei dizer coisas bonitas,
não entendo de leis, de finanças,
da moda, dos capitais.
Não tenho a mão fina,
sou humilde, sou grosseiro,
bicho da terra, lavrador.
Sou homem do campo, rude,
que na cidade se perde.
Sou caipira, sou matuto,
sou sabiá da floresta.
E, embora a seca ou a geada,
continuo preso à terra,
com raízes tão profundas
como o jequitibá centenário.
Não tenho vaidade nenhuma
de pro estrangeiro voar,
nem trabalhar o ano inteiro
eno final tudo gastar.
Pra que carro de último tipo,
se gosto é de caminhar,
sentir o cheiro da terra
e dele me embriagar?
Neste Brasil tão imenso,
rico, como ouço falar,
deixe o lavrador na terra
que ele quer cultivar!
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