Um jeep chegava ao QG com a urgência dos aflitos, sirenes gritavam e olhos chorosos pediam um abre-alas que aos poucos nascia. Confrades traziam, envolto numa lona, um soldado gravemente ferido. Seu peito alvejado tingia de escarlate um nobre uniforme e coloria condecorações diversas. Agonizante, trouxeram-no à enfermaria e ali apartaram homem e farda.
Deitando a vestimenta numa maca improvisada, limparam, fio a fio, o nobre tecido que representava o País. Feito isso, começaram a suturar, a ponto fino, o pano que ali quase jazia.
Depois de horas de labuta, fatigados, mas contentes, terminaram a penosa costura. O brasão e as cores daquele exército sobreviveram a mais uma batalha.
Primeiro colocado na categoria “Palavra”, no “Prêmio AdemaroPrezia 2016”, na cidade de Águas da Prata/SP.
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