Trocando graúdos por miúdos,
sintetizando o tudo,
transformando vida em momentos,
participação em movimento,
percebemos que o caminho
pode nos levar a um destino.
Percebo esta estrada
olhando para trás.
Não sei onde comecei,
nem por onde já andei.
Por que estou neste ponto?
Por onde já passei?
Será que percorro em vão
ou será que errei?
Que jornada é esta
que pra mais da metade já venci?
Não estou nada a fim
de avistar o seu fim.
Se atalhos percorri
querendo depressa chegar,
agora procuro curvas
para muito me demorar.
Quero um caminho sinuoso
com barrancos para saltar,
olhar bem à frente
sem saber o que encontrar.
Quero o tudo aumentado,
o miúdo virando graúdo.
Cada movimento
poder dele participar.
Mas... quando não tiver mais chão
e a estrada acabar,
olharei novamente
o caminho que trilhei,
sentirei que me esforcei,
por tanto querer mais e mais acrescentar.
Só não consegui fazer
este tempo... este tempo... parar.
6a. Antologia Ponto & Vírgula - Página 137
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