Arte cruel de outros países não devemos imitar.
Basta apenas respeitar o que para eles é cultura
Porque tem uma das nossas que também pode matar.
Não queremos que ela volte, mas esta merece censura
Ela plagia as touradas que em nome da cultura e do esporte
Abre amplo espaço ao crime e o criminoso é o campeão
Onde a platéia aplaude a cena de morte
E o sangue nos faz confundir a areia com a cor do chão.
Tal qual um astro sem admiradores lá está o touro
Tristonho, solitário, trancafiado em seu camarim.
Parece pressentir que em trocas de troféus de ouro,
O toureiro lhe aguarda para lhe dar o fim.
Ao ver e ouvir a platéia vibrando nas arquibancadas,
Nas cadeiras cativas e nas sociais,
Gritando “Olé”, o perito da espada
Não fico sabendo quem são os irracionais.
Mas em sonhos fiquei em meio a esta mesma platéia,
Com a equipe de touro e touradas na arena espiritual.
No início quis criticá-los, mas mudei de idéia,
Por eles aproveitarem a chance para uma mudança total.
Mas falei com alguns superiores que não tinha sentido,
Iríamos ver reprises indesejáveis de cenas brutais.
Mas me explicaram que o touro agora era espírito evoluído
E o toureiro sentiria as dores que ele causara aos indefesos animais.
E ouviria do touro que arte é sinônimo de amor
E não um convite à morte para que ela roubasse a cena.
Arte com violência não faz um vencedor,
Nem faz de um cenário artístico uma sanguinária arena.
Sonhos de um filme no céu nos estúdios de milhares de anos,
Distribuição gratuita na terra através das telas espirituais,
Lição de vida cristã a todos os seres humanos
Sendo os heróis desta curta metragem, os irracionais.
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