PALAVRAS AO VENTO- Élvio Antunes de Arruda

Regue a palavra para produzir flores,
Frutos e sementes.

Regre a palavra,
Para que não murchem os rebentos.

Carregue e leve a palavra
Para o encanto dos atentos.

Fale...
Declame...
Cante...
Nem que seja palavra ao vento.

Pelo vento as sementes viajam,
Encontram mentes férteis, sedentas.

Leve a palavra,
Ensine a leitura.

Que a palavra escrita,
Não fique restrita.

Não permita o esquecimento.
Leve a palavra,
Nem que seja palavra ao vento.

Leve a palavra.
Escreva...
Leia...
Nem que seja palavra ao vento.

Livros...
Palavra escrita.
Não permitam o esquecimento.

Sementes adormecidas,
Acordem...

Despertem palavras vivas,
Que criem fortes raízes
Que mesmo na tempestade
Acalmem
E alimentem almas.

Antologia Ponto & Vírgula - No. 13 - Pág. 29
Editora FUNPEC


Coordenação de Irene Coimbra



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