Poeta é cão perdigueiro
farejando tudo:
até no lixo encontra cacos de estrelas.
Poeta é inseto de antena,
captando sons, imagens,
mensagens telepáticas.
Poeta vive procurando rastros,
códigos cifrados,
hieróglifos em rosetas.
Poeta vive deixando trilhas,
caindo em armadilhas,
desvencilhando-se de teias.
Poeta vive catando sinais,
atento a gestos, a gosmas,
a gemidos no vento.
Poeta é bicho esquisito,
meio cachorro,
meio mosquito
Poema de Raquel Naveira, em Destaque, na 44a. Revista Ponto & Vírgula - Bimestre março/abril - Pág. 15
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