MÃE DAS MÃES- José Antônio de Azevedo



    Maicro quer homenagear uma mãe muito especial que, de tão humana que é, consente em dar amor de qualquer modo, a todos que a procuram: “vocês podem impor o jeito de amar que eu aceito”, dizia ela.
    O protagonista desta história não quer exaltar a gata, mãe de uma filharada de gatinhos, nem a galinha, mãe de uma ninhada de pintainhos, pois todas são mães de seres viventes. Quer sim, primeiramente, homenagear a mãe de seus filhos que já não está entre nós. Dizia ele, outrora, para suas gerações: - A gente cresce, vira adulto, casa e nunca mais tem sossego com a meninada e bastantes netos, mas é uma perturbação que causa satisfação aos pais e avós. 
    Em lugar de você, mãe no além, ter perdido uma filha, ganha um genro; mais tarde com a vinda dos netos, crescendo a família num desassossego sem fim é cada vez maior. Mas você, em outra dimensão, não se importou com tudo isto porque seu coração foi tão grande que sempre cabia mais e mais noras, genros, filhos, netos e bisnetos que sequer observava a elasticidade da família. Você não se esgotou em dar amor a todos eles. Porém, um dia, de tanto distribuir afetos, você tornou-se estrela para morar no céu sem fim e continuar alegrando na eternidade os antepassados na Terra. Por tudo isto a imagem da sua alma mereceu ficar plasmada na escrita desta crônica.
    Em seguida Maicro exalta outra mãe potencial, uma amiga solteira que, para não gerar filhos, passou a ser mãezona de filhos das outras, porque de tão afetuosa que é, poderia corromper os seus, se os tivesse. 
    Há uma infinidade de mães merecedoras de todas as homenagens neste mundo de meu Deus consagrado a elas que também devem ser citadas, porém Maicro menciona somente algumas que, dentre todas, sofrem e padecem muito por seus filhos desviados do bom caminho. São as mães de filhos drogados. Estas são capazes de sublimarem-se com atitudes incríveis para ter seus rebentos nos trilhos. E o que dizer das mães de filhos ingratos? Os sofrimentos destas são maiores ainda, pois padecem duas vezes. Uma, para converter os filhos e a outra por não ter o reconhecimento deles nas lutas para regenerá-los. Estas, apesar do denodo para tornar os filhos pessoas honradas passam o tempo todo na amargura terminando a vida com andrajos, jogadas em catres no canto de algum asilo qualquer. 
    Contudo, para proteger todas as mães da terra, Deus quis nascer humano do ventre de uma de-las na pessoa de Jesus Cristo. Nossa Senhora com vários títulos, assim é Nossa Senhora Aparecida, a protetora de todas as mães brasileiras e intercessora, junto a seu Filho Jesus, de todos os filhos drogados e ingratos.
    Todavia, a maior consagração que Maicro quer dedicar é para sua avó, uma senhora merecedora do título de rainha, apesar da sua simplicidade de vida e pobreza cultural. Ela é a princesa dos irmãos, a rainha do lar, e a imperatriz da família. Como pessoa do mesmo sangue seus irmãos querem elegê-la miss da cidade, como esposa seu marido a proclamou rainha do lar e, como cidadã, a comunidade a aclamou Imperatriz. Portanto, ela impera, reina e dirige a família somente com a arma do Amor.









Trecho do livro "O Coração infarta quando chega a ingratidão" (Pág. 131) de José Antônio de Azevedo, em Destaque na 44a. Revista Ponto & Vírgula - Pág. 9

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