E confessou-me, Dona Júlia, que vivia preocupada
que a ausência, dele, me levasse ao descaminho.
Mas bem por isso, não se desfez do nosso ninho
e manteve bem aquecida sua cria e resguardada.
Disse mais, que, de repente, se via contemplada,
pois podia até fazer de nossas vidas um paraíso.
Pude ver nos seus lábios, pintados, um sorriso,
de mulher que, orgulhosa, se vê recompensada.
Então, me segredou outra história, não sabida,
quando de um lanche que fazíamos, ao deitar,
com um chazinho bem quentinho, relaxante:
"Não mais sonhava ser levada aos pés do altar.
Esse sonho que tivera, de mulher, ficou distante,
mas, hoje, tinha a mim, que era toda a sua vida"!
Poema de Idemar de Souza, em Destaque, na 44a. Revista Ponto & Vírgula - Bimestre março/abril - Pág. 8
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