Dilúvio do prazer- Heloísa Martins Alves



O encanto de tudo está na mágica noite do prazer....
Encontro dos amantes, na cidade de Ribeirão Preto... Praça XV, banhada de lua cheia, brilhante, majestosa, com o calor da fonte multicolorida, sonora e águas dançantes. 
Tudo começa com o footing de mulheres à espera de um olhar provocante que incite o desejo real do momento. A procura do encontro de um parceiro que queime todo o fogo do seu ser. É o perigoso jogo dos amantes... encontro de bruxas.
Bárbara entra, displicentemente, na fonte, molha os pés e as mãos, passa a água no rosto, abrindo a boca, levemente, com muita sensualidade. Respira fundo, com olhar clara-mente orgástico. A água purifica, renova e dá prazer. Olha para o céu, fixa seu olhar na lua e sente uma grande cumplicidade com o astro da noite. Sente uma atração que só as forças do universo podem explicar, se é que têm explicação.
Satisfação, ela e a lua ...
Marilyn entra, com Pedro, também na fonte e brincam. Com água se esbarram, se agarram, se beijam com muita vontade, e concretizam o amor.
Lilibeth ollha para a fonte e para a palmeira esguia e sente-se atraída pelas folhas da palmeira que criam vida. Abraça o tronco... As folhagens a abraçam com muita vontade e desejo. Um rosto aparece com um olhar de muito querer. Tudo acontece... a natureza se humaniza nas sensações.
Bailarinas dançam com roupas esvoaçantes em volta da fonte. Os homens que apreciam o footing são atraídos por olhares que se cruzam e o convite para a dança do amor acontece. 
A água cria o homem transparente e galante que provoca as moças encantadas. Lucíola chega e não consegue abraçá-lo. Fecha os olhos e a sensação de ser possuída e amada pelo galã da água acontece. 
O soldado do monumento olha para o relógio, desce, cria vida e vem participar desta noite onde tudo é possível. 
E assim cada um vai encontrando o seu prazer, onde tudo é permitido só nessa noite. 
As bruxas compactuam com a poção encantada que só é encontrada na noite dedicada ao prazer até o despertar do rei sol. 
Bruxas revoam o céu em suas vassouras voadoras, até que o encanto acabe e desaparecem nas nuvens. 
Até o próximo ano... Todos estão convidados para essa mágica noite. 


Crônica de Heloísa Martins Alves - 14a. Antologia Ponto & Vírgula - Pág. 23 - Coordenação: Irene Coimbra - Editora FUNPEC.

























Comentários