Tem Amor para todo tipo, só não tem amor para todo resto...- Rafael Terser Pinto



    O que é Amor?...
    Difícil conjecturar definições para uma palavra tão ampla, importante e venerável. Mas, ao mesmo tempo tão banalizada, jogada ao vento para quem quer pegá-la, ou mesmo, entregue para a morena indomável. 
    Falam “Eu te amo” por todo canto, para tudo e para todos. Você ama arroz com lentilhas ou doce de leite, ama o seu time de futebol, o seu amigo do skate...... seu ídolo, seu pai, sua mãe, sua esposa, seu marido, o seu filho. Seu cão, carro, ou partido. 
    Não tem como mensurar o amor do fulano, comparado ao sicrano, ou tem? Eu te amo mais ou menos? O que tem?
    É basicamente a concepção de cada um. É difícil falar de amor para quem vive abandonado na rua, a mercê dos seus direitos básicos, esquecidos, humilhados e ofendidos, sem ninguém para amar, mas certamente é fácil se ele é descrito por quem tudo teve e não precisou implorar. A mãe do ladrão, diante da sua dor, ama menos do que a mãe do doutor?
    Tem amor de pai e mãe, de amigo....amor a profissão, ao ideal, a vida, ao corpo, ao material, menos a morte. Tem amor misturado a suor, do sexo, com angustia do desalento ou mesmo sem nexo. Tem amor de todo tipo, só não tem amor para todo resto.


Crônica de Rafael Terser Pinto - Pág. 54 - 14a. Antologia Ponto & Vírgula. Coordenação: Irene Coimbra - Editora: FUNPEC





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