Vestiu o negro......
E na ausência de cor
Enterrou o passado.
Em ousado passo, reto,
Esbarrou na mística legenda, e só,
Para uma alegórica acácia,
Teve a audácia de dizer um sim,
Secreto.
Vestiu o negro...
E na pureza de um quadro,
Só moldura,
Criou sua obra, psíquica escultura.
E entre as sólidas colunas,
De sustentação do Ser
Abriu o humano templo
D’antes obscuro.
Vestiu o negro...
E na presença de Luzes
Viu-se iniciado.
E acabado o ato, cede ao carma
Desarma o espírito silente
E sente êxtase secreto
Na onipresença do Arquiteto.
Poema de Antônio Carlos Tórtoro (de seu livro Ecos) - 14a. Antologia Ponto & Vírgula - Pág. 13 - Coordenação: Irene Coimbra - Editora FUNPEC.
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