Apresentação pelos olhos de outra Cronista e Crítica Literária- Ely VIeitez Lisboa



            A verdade é bíblica. A colheita farta depende da boa semeadura. Irene Coimbra acredita nisto; idealista como é, alimenta a Cultura com um trabalho sem tréguas: uma preciosa revista literária já na quadragésima sétima edição, um programa televisivo semanal, com belas reportagens literárias e uma antologia, já na décima quinta edição.
            Como nas anteriores, esta edição traz poemas, crônicas e contos. É importante realçar que o convite é feito para todos. Assim, há textos de autores renomados e poetas, escritores iniciantes. É uma rica fonte para todos que têm sede, que iniciam sua vida literária.
            Entre os poemas há alguns versos notáveis, como os de Alvim Barbosa, citado na crônica A Voz do Silêncio, de Aldair Barbosa Simões Gomes: “As águas batem de manso / Na praia do meu silêncio / Deixando conchas vazias / Espumas cheias de sonhos. “ Ou: “São as que em forma de lágrimas vão correndo / disfarçadas, as que resvalam sufocadas, / as que agonizam em solidão, as que vão morrendo / de medo e apatia, / num canto estranguladas”; (do poema “Palavras que devastam”, de Fernanda da Rocha Mesquita.
            Nos Micro Poemas, de Irene Coimbra notam-se belos versos:  “Enquanto a vida lá fora se agita, / dentro de mim, minha alma grita”. O final da Plataforma 55, de Maris Ester de Souza, é rico em metáforas: “Na plataforma chegam sentimentos / Aves circulam na dança da vida / Na primavera teclam-se essências”. São profundos os versos de Nely Cyrino de Mello: “A semiconsciência de abraços, / solidão de luzes, / de vozes, de sons”. Citemos finalmente o final do poema Madrugada, da famosa cantora ALciony Menegaz: “ O lado bom de tudo isso:/ as lembranças assaltam, / as ideias fervilham, / escrever é preciso! Dormir não é preciso”.
            Impossível citar todos os poemas, assim como as crônicas, algumas interessantíssimas, de rico conteúdo, como as de Aline de Oliveira Cláudio, de Antônio Carlos Tórtoro, a bela croniqueta “Me ajuda, Pai”, de Irene Coimbra, o texto interessantíssimo do escritor Perce Polegatto, “Pai à casa torna”.  É forçoso comentar ainda, na rica Antologia, que ainda traz belas mensagens e pensamentos profundos. A Apresentação de um livro é sempre algo difícil. É estar diante de ricos textos, com a possibilidade de citar apenas alguns. Na realidade, o ideal é ler todo o livro, grifando o que mais agrada o leitor. Ricas Possibilidades! Enfatizando: o mais importante é a característica da obra, que dá oportunidade a escritores já famosos, poetas de livros publicados e iniciantes. Este é o grande valor do trabalho de Irene Coimbra.
            Muito já se tem falado da função catártica da Literatura. Há sempre almas sequiosas para derramar seus sentimentos sobre o papel, suas angústias e alegrias, em textos líricos e/ou amargos, porque escrever é alimentar a alma. Isto e outras razões já mencionadas valorizam sobremaneira esta décima quinta edição.
            É preciso sempre enfatizar a importância do trabalho de Irene Coimbra, como ativista literária, alimentando, incansavelmente, a Cultura de Ribeirão Preto. São ricas sementes que já transpõem fronteiras, indo germinar em muitas cidades, em outros Estados e até em alguns países europeus.

(*) Ely VIeitez Lisboa é escritora com catorze livros publicados (ensaios, contos e poemas). É autora do romance epistolar Cartas a Cassandra.







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