Por que endoidei? Endoidei de endoidecer, endoidar, tornar doido, pirar, perder o juízo. Endoidei porque, talvez, escrever seja uma terapia alternativa e também a oportunidade de compartilhar os meus textos, receber feedback e aprender com isso. Não sei. Vou descobrir.
Penso que estava muito engessada em relação às regras, normas, condutas – isso pode, aquilo não pode, isso é certo, aquilo é errado. Na adolescência, me comportei como tal, mas, até nessa fase, fui comedida. Nas relações acadêmicas e profissionais então, piorou. Quase tudo a ferro e fogo. Me cobrava muito. Exigia muito de mim. Certa vez, meus pensamentos sobre o meu comportamento me levaram às palavras perfeição e arrogância. Eureka! Ninguém é perfeito, nada é perfeito, e querer perfeição é ser presunçoso. Ufa!, me libertei disso. É claro que gosto das coisas organizadas, planejadas, idealizadas, combinadas, mas aprendi a dar chance para o imprevisível, o fortuito, o flexível, o mutante e o elemento-surpresa. Este tem sido muito generoso comigo, tem se apresentado a mim com doses salutares de coisas boas.
Tenho me permitido deixar para depois, se não quero não faço e não vou, gosto do que eu gosto e não ajo como todos agem ou acham que eu deveria agir. Simples assim. Depois dessa tomada de decisão, percebi que as coisas fluem naturalmente e seguem um curso semelhante ao da Natureza – tudo no seu tempo, tudo na sua hora. Ao me desprender deu-se a eclosão. Os eventos na minha vida têm acontecido de forma natural ou, talvez, eu tenha aprendido a ser despretensiosa e ainda esteja aprendendo que devo fazer porque é certo, é bom, faz bem, sem culpa, sem medo, sem peso. Dessa forma, descubro, dia após dia, que a colheita é espontânea e materializa a vontade de Deus que é “boa, perfeita e agradável”. Acredito, verdadeiramente, que sou uma “metamorfose ambulante”.
Comentários
Enviar um comentário