Vazio- Nely Cyrino de Mello


De repente,
tudo ficou vazio
e frio.
A sala, repleta de gente
perdeu a graça.
No vai e vem
das taças, dos pratos,
das risadas,
uma sensação de nada,
de ninguém.
A semiconsciência de abraços,
solidão de luzes, de vozes, de sons.
Em torno,
vacuidade infinita.
Se possível fora
destruir barreiras
entre o ser e o não ser,
mergulhar na inércia
da matéria-bruta,
“ser nada”,
única forma de não pensar,
 de não sofrer
e nem sonhar.



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