A pior solidão é a que vem acompanhada de presenças.
Está em todos os lugares.
Na algazarra dos alienados, nas palavras fúteis dos inúteis, no lugar comum dos medíocres.
Faz-se presente na constante busca do diferente, do não falso, do não envernizado que se racha na primeira batida.
Na canseira que nos trazem os políticos safados e toda sorte de religiosos enganosos.
Na fadiga do modismo, da música descartável, do lixo artístico que anda por aí e, principalmente, na inversão de valores.
Na preguiça de falar. Quanto mais me conservo calada, mais me convenço da inutilidade das palavras.
Essa solidão com presenças começa a acontecer, quando olhamos em volta e percebemos que não temos mais nada a ver.
Aí, é rezar para encontrarmos outro solitário no mesmo silêncio compreensivo, solidário e que tudo entende.
Eles não andam por aí...
Estão em seus refúgios, onde buscam, em si mesmos, o pão de cada dia, para poderem sobreviver.
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