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O MISTÉRIO DA CRIPTA- Isolino Coimbra de Oliveira
Ao ver um risco no céu
Fiquei a ponderar,
Como surgira lá no alto
Sem ter avião no ar?
Em minha mente confusa,
Aquela linha difusa
Exercitou meu pensar.
Na minha divagação
Vi-me ao alto elevado,
Para o traço luminoso
Fiz o distante traslado,
Pois desejava saber,
O que estava a ocorrer,
Naquele espaço afastado.
O meu voo, em pensamento,
Teve breve duração e,
Em menos de dez segundos,
Subi pra imensidão.
Assim, na fração de tempo,
Transladei no firmamento
Pra ver tal aparição.
Mas antes de descrever
O que vi no advento,
Preciso assentar aqui
O voo do pensamento,
Já que ali vislumbrei
Coisas que jamais pensei
Que havia no firmamento.
Em meu primeiro avanço
Na rapidez do pensar,
Fui envolvido no alto,
Por um esquisito ar,
Eram bolinhas de neve,
Que minha mente descreve,
Como as espumas do mar.
No percurso transitório
Do meu ágil pensamento,
Sem demora eu entrei
Em um outro regimento,
Eram estrelas em filas
Como que formando vilas,
Nas vias do firmamento.
Também pude observar,
Em minha veloz passagem,
Uma espécie de montanha
Compondo aquela paisagem,
Onde as estrelas brilhavam,
Tudo ali iluminavam,
Dando às sombras, linda imagem.
Na rapidez do pensar,
Eu via o risco estático
Mas por mais que eu avançasse
Por aquele céu galáctico,
Eu ficava sem ação
Pela admiração
Que me deixava cismático.
Mas, por fim, pude anotar
E ponho nessa escrita,
Foi ver um anjo voando
Sobre a montanha descrita,
No meu veloz pensamento,
Pude naquele momento
Segui-lo até uma cripta.
Aquilo ali na montanha,
De altura abismal,
A mim parecia ser
Um Campo Santo espacial,
Ali no cosmo indicado,
Por um risco apontado
Para algum olho anormal.
No movimento que fiz
Para o anjo eu seguir,
Dei entrada pela cripta,
Sem pensar onde sair.
Um fato se deu então,
Quando se fez um clarão
E, vi nele o Céu surgir.
O risco que lá da Terra
Eu pude bem avistar,
Era a indicação segura,
Para no céu eu chegar.
A cripta ali na montanha,
Era a porta, a ser ganha,
Para no céu habitar.
Num resumo deducente,
À bem da filosofia,
Pude, com aquele traslado,
Saber o que não sabia:
Que para o céu encontrar,
Tem que na cripta entrar,
Tendo um anjo como guia.
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