Poetizar- Jô Feijão


Toda poesia é livre.
Vagueia pela noite
ou anda singela pelo dia.
Não se prende à gramática
e nem acorrenta o sentir.
Às vezes, bocuda.
Por vezes, insinuante.
Muitas vezes, emocionante.
Ela caminha nua pelas ruas,
com seios e curvas voluptuosas,
a mostrar o sentir.
Ela chega de madrugada,
invade o pensar,
mas se perde em algum lugar
no adormecer.
Chega nos momentos
mais inoportunos.
No meio do amor ou do jantar.
A poesia é entrona,
perturbadora e inconveniente.
Perturba a mente e só sossega
ao nascer.



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