(Paráfrase do poema “No meio do Caminho” de Carlos Drummond de Andrade)
No meio do meu caminho tinha um vírus
E com ele mortos aos milhares
Em diversos lugares do mundo.
Tinha um Corona vírus no meio do meu caminho.
Tinha máscaras e álcool em gel.
Num momento cruel da história.
Tinha um vírus
E falta de respiradores nas UTIs dos hospitais.
E nos jornais manchetes alarmantes.
No meio do meu caminho tinha um Covid 19.
Tinha milhares de covas em grupos repartidas,
E medidas de distanciamento social.
Nunca me esquecerei da quarentena imposta,
Dos milhões de desempregados,
Cuidados com máscaras escondendo faces.
Na vida de minhas retinas de professor, já tão fatigadas,
Nunca vi tantas empresas falidas.
E surpresas de gestos generosos.
Nunca me esquecerei que no meio do meu caminho
Havia o luto de milhares de famílias.
E pilhas de cadáveres amontoados.
Tinha um vírus
Tinha uma disputa política
Luta crítica da esquerda versus direita.
Tinha um vírus no meio do meu caminho
Tinha Moro, Mandetta, STF e Congresso.
Tinha o povo possesso nas ruas, e carreatas.
No meio do meu caminho tinha um antivírus:
Tinha um Bolsonaro Presidente,
E com ele presente, uma esperança.
Comentários
Enviar um comentário