SETE DE DEZEMBRO- Aldair Barbosa Simões Gomes

 

“Aguardo o cumprimento da profecia apocalíptica do final dos tempos
com uma revelação que virá em forma de sete estrelas,
sete selos, sete trombetas, sete calamidades.
Que momento de plenitude dramática será
O JUIZO para os que amam teatro como eu!”

Raquel Naveira

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Sinto-me mergulhada no poder oculto do número SETE.
Número mágico, pleno de mistério, simbologia,
encantamento e espiritualidade.
Símbolo da totalidade do Universo em trans-formação.
SETE de dezembro registra, com júbilo e gratidão,
o nascimento de meu amado irmão, 
Alvim Barbosa, poeta da busca e do silêncio. 
Dedicação plena à Cultura e às Artes Cênicas.

    💕 

POEMA PARA MIM MESMO

Na Transparência do cristal, o opaco observa os dias mortos e sorri 
ardilosamente escondido no invisível. 
No entanto há pressentimento na transparência do cristal.
Dezembro não tarda.
Quero fazer uma festa no dia sete de dezembro.
   💕 
Eu queria escrever um poema para mim.
Para o dia sete de dezembro.

Alvim Barbosa-in O Tempo na Ponte-2002

O TEMPO NA PONTE

Tempo cansado destruindo a cor subjetivamente./Ganhar o tempo acima da solidão./Do que é possível tudo se per-de./Recuperar o tempo./Talvez a emoção traída se transforme./Ponte incomum. O rio é largo./Não tem limite nem direção. A ponte é só./Não passarei do gesto. A água turva te afogará./Este impulso no tempo proporcionará o tom./Descobrirei teu rosto em minhas mãos. E o som da água entre meus dedos-canção de teus cabelos./Havia a ponte. Preferiste o rio./Violentei-me no choro de teu naufrágio.Perdeste o tempo. Ponte em ruínas.


Alvim Barbosa-in O tempo na ponte-2002

POEMA

As águas batem de manso/Na praia do meu silêncio,/Deixando conchas vazias,/ Espumas cheias de sonhos./Gaivotas passam de leve,/Singrando o mar infinito/Com mensagens cor de neve/Para minha solidão./Um navio cor de lua/Aportou no meu silêncio/Com imagens suicidas/Dos sonhos desencontrados./Mas volta o vento da noite/E voltam as águas do mar/Arrastando pelas praias/

As vozes do meu silêncio.

Alvim Barbosa-in O tempo na ponte-2002

Quem teve a alegria e o privilégio de conhecer e conviver com o escritor/poeta da busca e do silêncio, ALVIM BARBOSA, sabe que ele era de fato um ser humano especial, notável em talento, generosidade e amor ao próximo. Um homem vário, simples, alto, maneiras polidas, loquaz, às vezes. De porte elegante, grave, digno. Um homem, solitário, triste, um ser mutável, porém, consagrado à poesia e às Artes Cênicas, transparente como cristal.

Profundo sentimento do belo, descobria o que havia de mais elevado e comovente nas pessoas e nas coisas, com encanto, graça e criatividade. Entusiasta, criativo, inspirado, um homem místico, angustiado. Parecia sentir ternura por suas angústias, dizia que elas faziam parte de sua família espiritual. Ele as entendia através da linguagem do mar. O mar, presença perene em sua vida de sonhos, em seus poemas: ”As águas batem de manso/Na praia do meu silêncio/Deixando conchas vazias/Espumas cheias de sonhos.” Em suas longas e solitárias caminhadas ao por do sol, pelas praias em profunda meditação, tal qual um Dom Quixote, buscava alcançar a es-trela inatingível, lá onde o mar se funde com o firmamento.

Para enriquecer minha mensagem de amor, gratidão e saudade, tomo emprestado um fragmento do testemunho de seu amigo, o jornalista do Correio Brasiliense, Irlan Rocha Lima: “O teatro e as artes brasileiras, em geral, tiveram em Alvim Barbosa um pilar. Ligado ao fazer cultural desde o final da década de 1950, atuou em diferentes flancos, espalhando talento, dedicação e doçura por onde passou. Grande Alvim Barbosa, essa figura notável que saiu do interior das MINAS GERAIS, para dar importante contribuição à Cultura Brasileira”.

Alvim, que essa mensagem de amor e saudade possa se misturar com a LUZ do seu espírito e alcançar o seu coração. Assim, comemoraremos, junto aos nossos queridos, que também já habitam O Jardim da Casa de DEUS, o seu aniversário na magia do dia sete de dezembro.

Aldair Barbosa—Junho de 2020












 

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