Asas do desejo- Luzia Madalena Granato


O desejo é inevitável!
Chega, aconchega.
Haja mente sana!
No entanto se possibilitado arde,
impossibilitado fere,
com o tempo torna-se brasas
que não se apagam.
O tempo passa...
A vida voa e se o viver remete muito
à razão, o desejo encarcerado fica
à mercê de persistir na escuridão.
Ah, desejo...
Nem o tempo o dilacera.
Este invade e fica.
Não prejudica a quem se permite sonhar.
No permitir-se, o desejo é atemporal
É uma existência que mesmo sem concretude,
ou em excesso desta, é viva!
É como aquela dor terrível de não ter dor,
ou a dor maior de estarmos
condenados ao silêncio.
Não expulso de todo.
Não é insensato, é poeira, é chão,
é espaço que levanta, dá força
para outros desejos.


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