Desistir com muita saudade
de uma possível e fantasiosa felicidade,
de um amor não retribuído,
de um amor dolorido.
Para não ficar doente,
pode-se até ficar carente,
mas a fantasia e, talvez, as lembranças boas
talvez sejam ainda um sopro que faz viver.
A sabedoria é aprender a desistir
do medo de perder alguém muito querido,
da morte, do tempo que nos faz ainda mais sozinhos,
pois o tempo leva todos.
E assim aprendemos a ter talvez mais sossego,
a viver no aperto do próprio peito,
a viver no aconchego da própria vida, da própria solidão.
O curso é outro agora e temos que aprender a amar outros ares,
experimentar outros sabores, outras cores,
a respirar com um pouco menos de aperto.
Precisamos resistir ao tempo,
porque não esquecemos do todo.
Disto é feito a vida, se a aceitamos assim.
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