De onde esse som estranho que ouço na madrugada,
quando a cidade dorme e eu permaneço acordada?
Que angústia tamanha que me sacode a cama
e explode muito além da montanha?
Será o lamento do vento que a procura do espaço
encontra o cimento?
Talvez o choro do órfão de guerra,
o gemido doido do trabalhador sem terra.
De onde vem esse pranto
sentido, vibrante, profundo?
Como dormem tantos, ensurdecidos?
Deve ser Deus, arrependido
por criar o mundo.
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