Meus amigos, astros do trapézio da vida.
Eu só erguia a cabeça para vê-los subir.
Pra eles, o céu era o limite.
Eu não tinha limites para aplaudir.
Mas me senti sozinho no meio de todos.
Nas cadeiras ao lado não via ninguém.
O sol murmurou em meus ouvidos:
“Nasci para todos; pra você também”.
Fiquei com raiva do meu corpanzil.
Deixei de fazer papel de covarde.
Na cadeira macia do tempo,
poderia me sentar um pouco mais tarde.
Armei-me com as armas da força da mente.
Mudança de vida é difícil e a minha pior fase
foi deslizar meus pés no lodo do laboratório.
A mão do tempo me socorreu; não caí, mas quase.
A luta por um lugarzinho ao sol,
além de direito, é dever de cada um.
Porque temos dentro de nós
um pouco das coisas fora do comum.
Tire o bumbum da poltrona do tempo.
Faça o que faço, não faça o que fiz.
Sei, se sua preguiça me ouvir vai lhe dizer:
“Fique comigo; ele não sabe o que diz”.
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