CHEMIN VERT- Antônio Carlos Augusto

Do outro lado da janela o muro
do outro lado do muro
(para aquele que pula)
pulula o caminho verde.
Na folhagem voragem do tempo
recolho esse instante na brandura
das pétalas encerradas
entre as páginas dos livros,
mas jamais ressequidas
e prossigo pelo além perfume.
Mais tarde, aquém-muro,
tornarei às coisas que findam
e aos homens que morrem.



Na 55a Revista Ponto & Vírgula - pág. 14



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