SONHOS ADORMECIDOS-Marlene B. Cerviglieri


No limiar do sono,
quando tentar abrir as pálpebras,
é inútil.
O corpo se solta
ele começa a chegar!
São cenas, muitas vezes,
sem compreensão,
escuras em ambientes
estranhos, sem vida até.
Como num filme,
cenas vão surgindo,
conhecidas, às vezes,
mas muitas, sem sentido.
Transparências do que foi
um dia talvez?
Ruídos que vem não se sabe
de onde?
Fatos esdrúxulos, por vezes,
felizes em outras,
e até de terror também.
São sonhos
brincando conosco,
muitas vezes tirando o descanso.
sobressaltando, amedrontando...
Não os lembrar
seria a censura pesada
de quem não quer lembrar
e quase sempre num minuto
esquece-se.
Para que servem?
Muitos pensam: avisos de quê,
se nem os entendemos, por vezes?
Mas muitas lindas coisas
vieram através deles.
Boas Inspirações e grandes
descobertas.
Enigmáticos nada sabem.
Ficar na ignorância, ou
tentar interpretá-los?
Só nos resta o inconformismo,
de saber, que nada sabemos.


Na 55a. Revista Ponto & Vírgula - Pág. 12




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