Anda em mim uma dor constante
mesmo assim eu vejo encanto.
Sinto o que passou a cada instante,
escuto a tua voz em todo canto.
Miro as estrelas, a luz da lua,
em desespero este amor no peito.
Chora o sereno no silêncio da rua,
dói no coração este amor sem jeito.
Guardo em meu ser toda tortura,
ostento o brilho da estrela da manhã,
pois tudo passa, até a desventura,
como a noite de ventos, as horas vãs.
Se cada sopro deste lamento
é o amor que renuncio agora,
choro baixinho o pranto lento,
e vejo brumas no romper da aurora.
*
Poema de Maria Luzia Misuraca Graton, em destaque na página 14, da 56a. Revista Ponto & Vírgula (julho/agosto/setembro/2021)
Editora: Irene Coimbra
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